terça-feira, 26 de agosto de 2014

Autista, MC de funk da 'Motinha' luta por vida normal: 'Sucesso foi prisão'


O batidão do funk foi muito pesado para MC Beth. A paulistana criada no Rio começou a cantar aos 14 anos e estourou aos 18, com o funk “Dança da motinha”, em 2000 (veja letra e ouça). “Eu era muito nova e as coisas foram me desgastando”, resume. Após o hit, ela se sentiu em uma "prisão da fama” e desistiu do funk como profissão. Hoje, Elisabeth Raiol foi diagnosticada com autismo e se dedica a criar os dois filhos. Ela diz ter dificuldade de achar um emprego. “Se eu tivesse que varrer chão, faria com orgulho. Só quero ser normal."

MC Beth é um dos nomes do especial “One hit wonders” do G1. Eles contam a experiência de ter um sucesso só. Levantamento da empresa Crowley mostra que estes músicos figuraram apenas uma vez no "top 100" anual de rádio do Brasil entre 2000 e 2014.
Entre um show e outro com a dança que simulava o "rolê na moto envenenada", ela passava horas viajando no fundo de uma van. "Não sabia nem para onde ia. Nos lugares mais bonitos não conseguia nem olhar pela janela.”, lembra. A pressão a fez “ficar com imunidade baixa e adoecer com facilidade”. Com a ajuda do pai, advogado, Beth diz ter feito um acordo para rescindir o contrato de cantora. Ela chegou a gravar outro funk de sucesso, “Tapinha”, mas, já no processo de romper o contrato, foi substituída no disco por outra cantora, MC Bella.
“Há pessoas que cantam e vivem para agradar, mas não têm vida para si mesmas. Eu fui prisioneira do sucesso. Pago esse preço até hoje, mesmo tentando ter uma vida normal”, diz.

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