quarta-feira, 28 de maio de 2014

Jovem passa por 10 procedimentos cirúrgicos para parecer oriental no RS

Cirurgia plástica para alongamento dos olhos custou cerca de R$ 7 mil.
Principal dificuldade foi encontrar profissional que fizesse procedimento.


Algumas pessoas optam por colocar silicone no corpo, outras removem marcas da idade ou aumentam o tamanho dos lábios para mudar o visual. O que o jovem gaúcho Xiahn, de 25 anos, resolveu fazer foi um pouco diferente: modificar cirurgicamente o formato dos olhos para que parecessem mais orientais. Ele conta que o resultado faz com que acorde todos os dias e sinta mais prazer em ver seu reflexo no espelho.
Morador de Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, Rio Grande do Sul, é graduado em Jogos Digitais e realiza trabalhos como modelo para um site que divulga acessórios orientais para adolescentes. Ao todo, foram realizados 10 procedimentos cirúrgicos apenas nos olhos, sendo uma operação maior e outras correções menos invasivas. Além disso, alterações na cor do cabelo e o uso de maquiagens fazem o contraste se tornar mais explícito. Aos 15 anos, ele era loiro e de olhos azuis, com uma aparência de descendente de alemães, típica da região. A mudança drástica chama a atenção das pessoas. “Acho normal modificar a aparência. Eu usava lentes para deixar o olho azul”, explica.
O interesse em fazer modificações por meio de cirurgias plásticas surgiu quando, ainda estudante, passou por um intercâmbio na Universidade Dongseo, na Coreia do Sul. A paixão pela nova cultura conhecida rapidamente se transpôs para a aparência dos orientais. Por mais que o procedimento possa parecer curioso, lá já é considerado bastante comum, mas no movimento inverso.
"Os coreanos fazem muitas cirurgias para modificar a forma dos olhos e ficarem mais parecidos com ocidentais. Era fácil de perceber quando um deles tinha feito, por saírem na rua de óculos escuros e máscara respiratória de pano", conta. O país é considerado "campeão" em quantidade de plásticas no mundo. A procura é tão intensa que hospitais já começaram a emitir documentos comprovando que os turistas se submeteram a operações,para caso não sejam reconhecidos nas fotos de passaportes, na volta para casa.
Xiahn, como ficou conhecido nas redes sociais, prefere não divulgar seu nome de registro para evitar perseguição contra sua família na internet. O medo tem a justificativa de que, desde que as pessoas souberam mais sobre sua história, começaram a adicionar parentes e falar sobre como gostaram ou reprovaram sua atitude. "Uma senhora disse que não admitiria que um filho seu fizesse o mesmo. Eu entendo. As pessoas têm gostos diferentes", acredita.
O discurso de tolerância não é uma constante apenas do repertório do jovem, mas começou a fazer parte da família. Segundo ele, a mãe, que é fisioterapeuta, não aceita bem intervenções cirúrgicas se não forem apenas para a saúde ou para corrigir problemas estéticos que prejudiquem muito a vida de alguém. Mesmo assim, depois do susto inicial, ela entende que se isso o torna feliz, então é a decisão correta. "Na primeira vez que me viu, ficou muito preocupada. Meu rosto ainda estava bastante roxo e inchado", conta. Ela teria questionado se o procedimento não causaria problemas de visão. "Por mais que o tamanho do olho tenha diminuído um pouco, consigo enxergar normalmente", afirma.


Nenhum comentário:

Postar um comentário